Há tantas coisas que queria dizer para você, mas não tenho certeza por onde devo começar. Devo começar dizendo que te amo? Ou que os dias que passei com você foram dos melhores da minha vida? Ou que, no curto espaço de tempo que nos conhecemos, passei a acreditar... Poderia dizer todas essas coisas e tudo seria verdade, mas, enquanto releio essas palavras a única coisa que passa pela minha cabeça é que queria estar com você agora, segurando sua mão e olhando seu sorriso efusivo. No futuro, sei que vou reviver o tempo que passamos juntas mil vezes. Vou ouvir seu riso, seu jeito me provocando, enquanto eu te falava palavras bonitas, ver seu rosto e sentir seus braços em torno de mim. Vou sentir falta de tudo isso, mais do que você pode imaginar. Você é um ser raro, Docinho (como você mesmo gosta de se referi), eu estimo isso em você. Todo o tempo em que estivemos juntas, você nunca me pressionou, e eu não posso dizer o quanto isso significa para mim. Tornou o que temos ainda mais especial, e é assim que eu quero me lembrar para sempre do período que passamos juntas. Como uma luz branca e pura, cuja contemplação é de tirar o fôlego.
Mais não se preocupe. Dessa vez não vou tomar nenhuma medida drástica, a não ser continuar vivendo, tem coisa mais autodestrutiva do que insistir sem fé nenhuma?
Depois de ontem, de conversar sobre tantas coisas, de "simplesmente" se falar sobre sentimentos, jeitos, medos, desejos, do que se espera ou não da vida, do que se quer para ela, foi inevitável não vir até aqui... Esse é o território neutro, onde me apego para escrever aquilo que por vezes não consigo dizer... É onde posso gritar o sentimento, a carência, a vontade da proximidade. Aqui posso falar o que não costumo externar por medos de parecer infantil ou apelativa... Ta, eu sei, você disse que é besteira, que não devia me preocupar com isso... Sabe, vejo tantas pessoas que se cobram, mutuamente e insistentemente, estabelecem obrigações para estar com o outro e me sinto tão fora disso... Às vezes em outro planeta. Sim, tenho um querer que pede o junto, o próximo, às vezes o constante, mas acima de tudo, meu desejo é de que seja o alguém que mexe comigo, que me faz rir com uma mensagem ou ligação, que me faz sonhar calorosamente, que me desconserta com um olhar, que me desmancha com um sorriso, que me enche de desejo só de imaginar, com quem eu sempre falo demais, a quem eu tenho vontade de procurar, de contar uma novidade, de não contar nada, de só ouvir a voz, de apenas sentir a respiração... Com aquele em quem eu penso antes de dormir e que sim, me faz imaginar como seria... Você diz que pensa no que as pessoas querem o que elas buscam e me desculpe, não posso te ajudar. Não sei o que elas anseiam. Sei o que EU quero. Já te falei dos meus sonhos, do que gostaria de realizar, conquistar, mas isso é tão diferente... Talvez porque naturalmente eu não sei e não gosto de classificar relações ou pessoas. Sou uma apaixonada. Não a cada 5 minutos, nem por várias pessoas. Mas a paixão me motiva, me inspira, é essencial para o sorriso sincero... Vivo paixões distintas e cada uma delas me traz algo de mágico. Amigos, família, profissão, artes, futebol, amor, diversão. Cada uma dessas coisas possui vários elementos e cada um deles diversos personagens, histórias e lições que só fazem me manter num estado único, apaixonado e apaixonante. Quanto mais o tempo passa, quanto mais gente conheço, quanto mais histórias vivo e ouço, vejo o quanto é absolutamente normal alguns planos infalíveis, algumas relações perfeitas, alguns projetos imbatíveis, algumas almas gêmeas não darem certo. Algumas pessoas já passaram pela minha vida e tenha certeza, todos são marcados, nossas digitais sempre ficam registradas. Já magoei e fui magoada, não importa a proporção. Já deixei e já me deixaram, com ou sem arrependimentos tardios. Machuca? É claro! Seria absurdamente leviano dizer que não! E pode parecer conveniente e sugestivo afirmar isso, mas você sabe tanto quanto eu que seja essa a única maneira ou não, todos aprendemos assim. Dolorosamente, o caminho é traçado, as pedras colocadas, o DNA emocional construído. O cair e levantar é próprio do ser humano e quantas vezes isso vai acontecer é totalmente imprevisível e não pode ser planejado. Sei de uma forma latente que não consigo simplesmente deixar ir, passar, acabar algo assim... A sensação do que poderia ser é que eu não permito. Prefiro sim a ferida aberta, ter que remediar que superar que sofrer por aquilo que senti realmente, que foi palpável, que existiu do que por aquilo pelo qual desisti por achar que poderia ter me ferido. Talvez eu não tenha experiências como as suas e não tenha chegado a esse ponto, de abrir mão para não causar algo no outro, mas não sei se na balança, um dia, vou conseguir dar mais peso ao ruim do que ao bom de qualquer relação. Claro, a gente muda e amanhã posso pensar exatamente como você. Mas não hoje. Não dá pra te olhar e me preocupar com você me mandando ir embora porque acabou. Porque dou azar na hora do jogo, porque ouço músicas ruins, porque moro longe, porque falo demais ou insisto demais. Não dá pra pensar no final de algo que ainda nem chegou ao recheio. Deixa o depois pra depois? Não quero que se preocupe comigo. Nem com a culpa que pode sentir por ferir alguém. Seja em que batalha for, só se machuca quem se atreveu e não quem ficou escondido, encerrado dentro de seus medos ou traumas. Pode trazer tudo que aprendeu, sua bagagem, mas deixa a armadura ali na porta... aqui dentro é seguro, aconchegante e quente... O risco e aposta são meus. Estar com você é o que importa. Seja por hoje, amanhã, pelo próximo mês ou algum tipo de eternidade. Tempo é só uma medida e definições para uma relação são convenções das quais não precisamos. Só preciso de seu desejo e verdade. E se isso não for o suficiente, se alguém quiser diferente, se o mundo acabar, se o sentimento mudar... Enfim, muitos se, com os quais não precisa se preocupar agora... Eu pago pra ver, sempre. E você?
Apesar da esperança e desejo de que tudo aquilo não tenha se perdido, te vejo tão distante, com um olhar frio, me pego pensando em nós como passado. Sou exagerada sim, já disse tantas vezes, e tão intensa, vivo com tanta vontade e envolvimento que quando vejo um fim como esse, sinto um buraco no peito, uma sensação de vazio, de inacabado, do que poderia ter sido e não foi. Não gosto disso. Surge uma vontade imensa de tomar e fazer acontecer, um certo desespero frente à impotência, à impossibilidade, ao saber que não está nas minhas mãos, que a vida tem dessas coisas, que desencontros acontecem o tempo todo e que pessoas certas também se perdem. Vai entender o porquê..
O sentimento: perda, partida, e uma sensação de que não vou mais sentir o calafrio, aquele frio na barriga. Não vou mais ouvir sua voz, não vou mais olhar bem dentro dos seus olhos. Não vou mais me perder dentro de você, de sua imensidão. Tento e até finjo, disfarço bem, mas na verdade não aceito esse desfecho, ou essa falta de um. Você vai, mas te quero. Ainda. Muito. Mais do que antes. Minha intensidade não tem uma chave de on/off, não se regula e não se desfaz com o tempo. Queria não querer, não me envolver. Ser robótica como tantos, mas é absurdo. O sentimento é livre, não me pede permissão. Te olhar é desejar querer estar ali pra sempre, do seu lado. E por isso hoje tenho medo de te encarar de novo, para que não me sinta implorando por algo que não exista mais em você, mesmo que pedido seja tão verdadeiro. Quero em você a verdade, à vontade, o próprio querer, o anseio, as mãos curiosas como na primeira vez, no tremor do primeiro abraço, que vasculham, que procuram, que buscam, que encontram. Quero você, com seu nome e letras maiúsculas. Com todas as manias e particularidades. Com tudo que te compõe e te faz assim, um enigma que me devora. Te quero dessa forma, inteiro, e não de outro jeito. Quero sim, embora dependa também de suas escolhas. E se não forem às mesmas, saberei abrir mão da loucura, em nome exclusivamente de minha paz de espírito. Jamais por convenções e regras de outrem. Só sei amar assim. "Não sei voar com os pés do chão", como disse Lispector. Não quero mais voar sozinha. Vem comigo?
O descompasso ritmado desse coração que bate, insistentemente sem vontade alguma... Não, não queria acordar, e ver que tudo não era apenas um sonho ruim, era a realidade, da qual não quero aceitar. Pela manhã, foi um dia que eu não quis deixar que o mecanismo dos meus olhos funcionasse como ele foi programado para agir, insisti em querer continuar dormindo, o máximo que conseguia, às vezes até por ajuda de algum composto químico, que me ajudasse nessa minha batalha interna, de minha vontade contra o mecanismo dessa sacada de ossos e outras coisas, pra não ter que acordar, e ao abrir os olhos perceber que tudo não foi só um pesadelo. Mas agora parece que o momento chegou, eu vejo as nuvens escuras vindo de novo.
E essa realidade que eu vejo me faz tão mal. Porque acordando assim, repentinamente, eu percebo que as coisas boas que estavam acontecendo não eram um sonho. Era a minha vida, eram as coisas que eu devia ter vivido e aproveitado. E eu as perdi, elas passaram e não há volta. Estou percebendo que tudo que eu sempre desejei se pôs no meu caminho e eu, tão cega e tão alheia à realidade, desviei do que deveria ter acolhido para mim. Acordando agora, estou vendo que fui injusta, que cometi ações desprezíveis. Sinto-me no chão, me sinto perdendo até a última gota de felicidade que restava em minha alma.
Não, você não era o único motivo para me manter aqui, mais é uma grande porção. Tinha tantos planos pra realizarmos juntos, e juntos, e juntos.
Não me peça pra esquecer tudo, fingir que nada aconteceu, não me peça pra esquecer seu sorriso, o modo de como mexe o cabelo, seu jeito de olhar, seu jeito de andar, que eu reconheceria a metros de distancia, entre tantos outros detalhes.. Há tantas outras coisas. Quando fecho os olhos, vejo seu rosto, quando caminho, é quase como se conseguisse sentir sua mão na minha. Essas coisas ainda são reais pra mim, mas onde uma vez elas trouxeram conforto, hoje provocam a dor... Pode ser fácil pra você, mais não é assim para mim, porque isso não é uma novela, que pode se mudar o enredo, é uma vida, é a minha vida, é uma história que eu não escolhi viver, mais aconteceu, e eu na posso mudar o que foi escrito. Seria muito fácil se as coisas funcionassem assim, eu apagaria tantas coisas ruins que aconteceram, mais nunca excluiria você, por que você foi dos meus contos, uma das melhores histórias. Você sempre será parte de mim. No tempo que passamos juntas, você conquistou um lugar especial no meu coração, que eu vou levar comigo para sempre e ninguém pode substituir… Mas, acima de tudo, eu gostei de você, e ainda gosto verdadeiramente. E não importa o que o futuro traga você sempre será, e sei que minha vida é melhor por causa disso.
Deixar você pra trás é mais do que escolher outro caminho, é abandonar aquilo em que acreditei por muito tempo, entende? Me sinto mais sozinha do que quando descobri que mais ninguém no mundo poderia me entender além de mim. Todas as vezes que eu penso em você, me vem na mente a primeira vez que depois de tudo, estive com você quando tudo parecia tão perfeito e essa cena nunca mais sairá dos meus pensamentos, ficara lá guardada em minha memória, junto as suas palavras. Eu não iria desistir de você sem ter certeza de que não havia mais o que fazer, e depois de tudo o que passei, infelizmente eu ainda amo você, mas vejo que o sentimento por você não é o bastante, para te manter aqui. Saiba que conheci pessoas maravilhosas, capazes de fazer muita coisa boa. Mas to tendo que buscar em cada minuto dos meus dias, motivos de alegria e esperança. Eu escolhi ser feliz e tornar isso possível com amigos. Mas ta sendo difícil sorrir com vontade de chorar e mais difícil ainda esquecer alguém que tanto eu queria pra mim. Eu sei que as pessoas mudam, querendo ou não, mudam. É difícil perceber e me acostumar que nada será como antes e isso de um jeito ou de outro machuca. Sabe qual é meu problema? Eu me iludi demais e será que me decepcionei somente porque eu me iludi? Eu já ouvi de você muita coisa que eu preferia não ter ouvido, preferindo mesmo um tapa na cara do que isso. Nada foi como pensei que pudesse ser. Eu tenho feito de conta que você não me interessa muito, mas não é verdade. Mas talvez tenha sido melhor assim, pois na verdade acho que nunca chegarei a ser realmente o que eu sempre quis ser pra você. Mas hoje sei que isso ta muito longe de acontecer, que tudo isso foi apenas um momento de inocência minha, uma ilusão boba. Pra fala a verdade ser correspondida é o que menos me importa no momento. Sabe eu penso que você está bem e isso foi tudo o que eu sempre quis pra você. Não interessa que você não esteja do meu lado, mas se você está bem as coisas ficam um pouco menos difíceis pra mim. Eu sempre vou estar ao seu lado, juntas ou separadas, longe ou perto, independentes do que aconteça.
... Mas essa verdade corrói aqui por dentro, queima, dói, arde.
Simplesmente depois de tudo isso eu descobri que eu não te mereço. Eu sou pequena demais pra todo esse sentimento que você me devota, e você merece algo bem melhor, isso é o que me dói mais, saber de tudo isso. Desculpe-me por tudo que eu estou fazendo mais eu só quero o seu bem sempre, e eu não sirvo pra você. Pois eu não presto. Sou muito estabanada, faço do simples uma equação de segundo grau. È que não gosto de ser um fardo, prefiro não ser nada.
O resultado de alguns erros que cometi, foi por obra de estar acompanhada de pessoas erradas, mas a maioria das atitudes certas e pessoa que eu me tornei foi graças a você. Aquela que mesmo não estando comigo em alguns momentos, sempre disse sim a todos os pedidos que eu fazia, por mais fútil que fosse a minha fala, sempre foi à mesma boba, chata, insuportável, perfeccionista e humorada que eu amo. Você me fez aprender que atitudes erradas machucam as pessoas, então o meu pedido é somente de perdão por coisas erradas que eu já tenha feito a você. E eu aprendi que palavras carinhosas viraram vírgula, pelo menos nos dias de hoje, mas um 'eu te amo' é uma expressão muito forte, que não pode ser usada para qualquer um. Nós, muitas vezes, nos decepcionamos com as pessoas, mas você aprende que o tempo passa e que é errado guardar rancor no coração. Dizer obrigado, nunca seria suficiente, não para você.
Eu sei que tinha dito que não ia te escrever mais nada, mas hoje eu escrevo porque eu não consigo parar de pensar em você. Não sei ao certo o que eu pretendo te dizer com tudo isso, mas eu só quero que você ao menos saiba que eu me importei com cada centímetro do que aconteceu e do que não aconteceu entre nós. Não tivemos culpa, tentamos. Eu sei que é difícil aturar alguém tão insegura quanto eu. Eu sei que parecia burrice insistir em algo que sabe-se lá quando se resolveria, ou resolveria acontecer de verdade. Não nego, foi difícil também conviver com uma possibilidade, com um talvez. Foi difícil conviver com sua aparente indiferença e com o seu aguçado senso de humor. Mas sabe, apesar disso e de tantas outras coisas, eu acreditava que fosse dar certo um dia. Eu sei, sonhos de uma menina-inocente-que-ainda-acredita-em-contos-de-fadas. E talvez seja bem por aí mesmo. Eu acho que depositei em você esperanças demais e te sobrecarreguei.
Esperei que fosse a pessoa que nesses últimos tempos me resgatasse dessa torre, me acordasse desse sono profundo e me levasse pra passear. Esperei que você enfrentasse maratonas e destruísse monstros para no fim ficarmos juntas. Esperei e desejei com todas as minhas forças que você fosse ela. Que me resgataria dessa solidão sem fim, dessa espera sem chegada e desses medos e monstros internos. E, pensando bem, talvez você tenha sido mesmo. Não da forma que eu esperava, mas foi. A vida é assim mesmo, dizem por aí, as coisas são como têm que ser, não como a gente quer. E com você foi bem assim mesmo. Percebo agora que escrevo também pra te dizer que, mesmo sem nunca ter te dito, você foi meu ESCUDO, minha proteção. Você me resgatou de crises "ninguém me ama, ninguém me quer", você me amou, você depositou também suas esperanças em mim, eu sei, o que eu mais poderia pedir de você, se o que mais importava pra mim era o seu amor? E esse, ah, esse eu tive. Talvez até ainda o tenha guardado em algum pedaço teu. Você destruiu monstros e medos em mim que insistiam em não se mostrar, em não dar amor. Como quem acorda de um sono de muitos dias e precisa correr pra alcançar o tempo perdido, eu acordei de um longo tempo sem amar e despejei sobre ti todas as minhas reservas e limites de amor. Eu fui até o fim. Eu dei tudo de mim. E eu daria um pouco mais, se isso não tivesse te assustado. Você me ensinou, me mostrou alguns caminhos até então desconhecidos. Você me abriu portas, abriu meus olhos e tirou toda aquela sujeira do meu coração. Sabe que ainda me lembro de você ao virar aquela esquininha? Faz tempo que passamos por lá, rindo de qualquer besteira, felizes por termos uma à outra. Faz tempo, eu sei. Mas olha a loucura: de vez em quando, eu ainda te vejo do outro lado da rua, esperando por mim, esperando com aquela sua cara de boba, fingindo estar de saco cheio da minha demora pra atravessar ruas. E, então, eu chego do outro lado e não te vejo e começo a te procurar em qualquer olhar, em qualquer jeito de andar, enquanto percorro aquela nossa ruazinha. Mas nunca é você. Às vezes eu fico realmente feliz por nunca ser você, afinal, o que eu faria ao te ver? Te cumprimentaria com os habituais dois beijinhos ou sairia correndo pra te abraçar? Na verdade, é mais provável apostar que eu passaria do outro lado da rua e fugiria de te encontrar e depois pensaria dias e dias sobre o que poderia ter acontecido se eu parasse e ouvisse a tua voz e risse do teu bom humor. É, escrevo também pra dizer que ando pelas ruas querendo e não querendo te encontrar e querendo e não querendo te contar um bocado de coisas que te fariam compreender toda essa maluquice. Coisas que te fariam entender porque eu fugi, porque eu saí sem adeus, sem aviso prévio. Quem sabe um dia eu te envie uma carta, um e-mail, um qualquer coisa e te diga todas essas coisas, sem olho no olho, sem corpo a corpo. Mas se antes disso acontecer, eu te encontrar e parar pra te cumprimentar, então essas coisas serão ditas automaticamente por meus olhos e sorrisos e gestos e até lágrimas. Antes de terminar preciso pedir pra que não se assuste e pra que não seja você a pessoa que passa do outro lado da rua quando me vê. Isso destruiria totalmente o carinho que ainda reside em mim. Não se autodestrua dentro de mim. Seja sempre aquela que me espera do outro lado da rua enquanto eu tomo coragem pra enfrentar meus medos, seja sempre aquela que me acompanha enquanto viro a nossa esquininha. Seja sempre aquela por quem eu devo uma série de agradecimentos, seja sempre a-melhor-coisa-que-me-aconteceu. Seja sempre aquela por quem eu vou esperar encontrar em qualquer dia, só pra, pelo menos, relembrar a cor dos olhos, o jeito que penteia os cabelos e o modo como atravessa a rua. Seja sempre aquela que meus olhos vão procurar em meio a um milhão de pessoas, melhores ou não. Seja sempre aquela que por mais que me faça chorar, me dá uma centena de motivos a mais pra sorrir. Seja sempre aquela que eu nunca vou esquecer e pra quem eu sempre vou ter um algo mais a dizer. Seja sempre aquela sobre quem eu falo pras pessoas com o maior orgulho do mundo. Seja sempre aquela que povoa todos os lugarezinhos escondidos em mim. Seja sempre a que me fez amar de uma forma diferente. Inteira, sem medos, sem restrições. E, por favor, seja sempre aquela que vai lembrar de mim e de tudo o que nós fomos uma pra outra. Quem sabe um dia, aqui, na nossa esquininha, ou em qualquer outro lugar, a gente se encontre e descubra que o fim nem sempre é o FIM. E como chega ao fim mais um texto pra você, eu preciso ti dizer que escrevo também pra lembrar da saudade que eu sinto de te ter do meu lado e de ler suas palavras e de desejar seu sorriso. Saudade de lembrar que eu tinha você. Saudade de lembrar que eu tinha motivos pra escrever e cantar e amar. Saudade de sentir saudade, mas saber que no dia seguinte eu teria você de novo. Saudade principalmente daqueles dias em que fazia sentido sonhar com você. E como a gente, textos chegam ao seu fim. Mas meu desejo é que sejamos como esses textos e recomecemos outro dia, em uma folha de papel em branco.
- Sem dizer adeus, sem dizer jamais. ’
THE END
